Eu deveria ter aprendido a adoçar meu próprio café,
antes da tua partida. Poderia também ter tirado as placas que indicavam a saída, ou então, cimentado todas as janelas e portas com a gente dentro.
Ok, se tu estiver lendo isto deve estar pensando – “Chega
de drama, um dia o amor acaba.” – o pior é que eu sei disso e sei também quando foi
despejada a última gota desse amor.
Foi naquele banco do parque, em meio a um silêncio
palpável. Começou quando tu olhou triste pra mim, virou pro vendedor de algodão
doce, depois pra pomba que estava perto de nós, e quando teu olhar voltou pro meu, já não tinha mais nada.
Aconteceu tudo muito rápido e eu não tive chance. Na
verdade eu acho que a luta contra o fim de um amor já nasce perdida, não é
possível fazer respiração boca a boca num amor morto.
Desde aquele dia, o vazio dos teus olhos tomou
conta de ti, de mim, da casa. Até não existir mais resquício algum de nós.
Juro que vou tentar descobrir sozinha qual é a dose certa
de açúcar que prefiro no café, só que no momento não tô sabendo muito sobre mim... Infelizmente te dei partes demais do que eu era.