O amor de Leandro

   Leandro simplesmente não consegue ser de uma mulher só. Ele precisa beijar e sentir o perfume das outras. Ele precisa conquistá-las, fisgá-las. É como um vício malicioso. Não escolhe as vítimas, elas vem até ele, sem que ele mova um dedo para isto. Parece um feitiço. Num piscar de olhos as mulheres o querem, querem fazer parte de sua vida, tatuar na sua história. Mal sabem que ele já nem lembra mais quem eram as outras.
   Leandro vive no limite das relações. Ama e desama. Se doa e se retrai. Ele mal sorri. Ele sabe a hora de ir e de partir um coração. Sempre chora, sozinho, escondido. Ele também se ilude, pensa que enfim se sentiu preenchido. Dura pouco, logo vem a tristeza que o sufoca. Talvez é porque carregue a dor de todas as mulheres que já fizera sofrer. Ele não as fez sofrer de dor, foi de amor, de puro amor. Amor que amolece as pernas, que arrepia os pelos da nuca, que te faz perder o senso ético. As mulheres que Leandro arrematou, foram marcadas para sempre, no coração delas há uma fenda, dentro está escrito o nome de Leandro. Estas mulheres jamais vão esquecê-lo, elas não conseguem odiá-lo. Elas aprenderam com as perdas que o amor traz consigo. São mulheres fortes, mulheres que não se encantam mais tão facilmente. Mulheres que sabem amar, com vontade, com verdade, que reconhecem o amor no seu íntimo. Leandro as ensinou isso, foi ele quem criou isso, por isso é tão pesado carregar a dor de todas elas... Mas ele nasceu para dar amor e depois se sentir vazio, esse é o ciclo. E assim é o amor de Leandro.